sábado, 5 de setembro de 2015

TODOS NO MESMO BARCO.


No início do nazismo, o mundo ficou do mesmo jeito: observando o nascimento da loucura como algo distante que não chegaria a afetar nossas vidas, talvez uma oportunidade pra se ganhar algum dinheiro com aquele baixinho teatral com seu bigode ridículo, quem sabe até vendendo-lhe matéria prima para a fabricação de armas.


Os que sofriam eram minorias das quais não fazíamos parte.
Como agora: briga de religiosos extremistas, gente que vive em permanente conflito numa região de onde só nos interessa o petróleo. Gente que deve ser mantida à distância, porque traz consigo um rastro de encrenca.


No início do nazismo, não havia a Organização das Nações Unidas.
Ainda bem que agora temos esse organismo internacional que nos protege de equívocos como aquele que levou o mundo à tragédia da Segunda Grande Guerra. A mesma ONU que intervém quando algum interesse econômico dos países que a comandam é ameaçado, e que se faz de morta quando seres humanos são expulsos de suas casas, violentados, torturados e brutalmente assassinados por um grupo insano que quer se tornar Estado e impor sua visão de fé a todos os habitantes do planeta.


No início do nazismo, o mundo tinha a desculpa de desconhecer as proporções que a desumanidade pode atingir. Os campos de extermínio não apareciam na mídia como os vídeos das orgulhosas execuções do "estado islâmico". As pessoas não faziam perguntas como: Quem está financiando esses caras? De onde vêm tantas armas? A quem interessa que a selvageria continue crescendo?
E afinal, onde está a ONU?
No início do nazismo, quase ninguém notava que o problema tomava forma num país de língua e tecido social à primeira vista incompreensíveis. Nascia lá, mas já estava caindo no nosso colo.
Não era um problema deles, era de toda a humanidade.

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