quarta-feira, 16 de abril de 2014

TAPEADOS.


Obras dos aeroportos (que, segundo Dilma, "dão e sobram"), contratos escandalosos da Petrobras (que Dilma analisou e aprovou), Pnad do IBGE (que a querida ex-ministra de Dilma bombardeou), pesquisas furadas do IPEA (que Dilma comentou no twitter e o Brasil expandiu pra Venezuela), obras do PAC (prometidas em cascata e cumpridas a conta-gotas). Para onde se olha neste país só se vê tapeação. Somos mais de 200 milhões de tapeados, há 11 anos tratados como otários por discursos vazios, desculpas esfarrapadas, chantagem financeira contra os dependentes de favores públicos, aparelhamento ostensivo do Estado, multiplicação de ministérios, inchaço de despesas, loteamento de cargos, queixas de perseguição, peitos estufados, atitudes alopradas e punhos erguidos.
Foi preciso o presidente da Infraero usar a palavra exata pra que tudo ficasse claro. "Tapear as obras". Que poder de síntese! E depois tentar corrigir a gafe criando o verbo "etapear" (dividir em etapas). Que pérola do cinismo nacional!
Se Frank Underwood (protagonista de House of Cards) fosse um personagem vulgar em sua obssessão pelo poder, ele talvez cometesse erros dessa magnitude. Mas isso desqualificaria o seriado da Netflix. Ninguém acreditaria que um povo que se acha tão esperto seria capaz de cair em lorotas tão descaradas.

Roteirinho medíocre esse que estamos vivendo. 

(foto buscada na internet através do Google)

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