terça-feira, 29 de outubro de 2013

Como dizia Pessoa.


A foto de um texto faz sentido quando o texto é de quem faz arte com as palavras. Faz sentido mesmo que seja uma foto clicada às pressas numa exposição, mesmo que peque em luz, enquadramento, foco. A foto de um texto vale mais que mil palavras, mesmo que o texto fotografado não chegue às cinquenta, desde que a combinação dessas poucas palavras nos leve a mais de mil imagens.
A foto de um texto no Dia Nacional do Livro faz sentido, mesmo que o autor do texto não seja brasileiro, mas, sendo português, universal e brilhante, tenha lugar de honra nos corações brazucas. E o sentido se torna inquestionável quando o texto fala de literatura, de seu significado em nossas vidas, e do quanto o passar do tempo se torna irrelevante quando confrontado com a verdade em seu estado de poesia bruta.

sábado, 26 de outubro de 2013

Olho nos olhos.



Criar é ter um novo olhar. A campanha da F/Nazca para a Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos confirma essa definição. Que insight! (sem trocadilho). Há ideias que geram prazer, outras que geram inveja. Essa ideia provocou tudo ao mesmo tempo. Como gostei de ter visto! Como gostaria de ter tido!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

UMA PITADINHA DE BOM-SENSO NÃO É PEDIR MUITO, CERTO?


Chico Anysio era um mestre. Sua Escolinha do Professor Raimundo, mais do que fazer rir, dava o que pensar. Tudo o que acontecia em seu famoso quadro humorístico convergia para um bordão e um gesto que sintetizavam o grande absurdo brasileiro.
Em nossa história torta de poderes podres, a educação sempre foi relegada a segundo, terceiro, décimo plano. Situação que tem piorado nos últimos anos, com políticas que preferem achatar os critérios a melhorar a qualidade, arrumando mais o discurso do que a casa, buscando estatísticas bonitas que maquiam uma realidade feia que dói. Aliás, não me lembro de outro Governo tão dedicado a maquiagens e atitudes cosméticas como o atual.
Aproveitando que hoje é o Dia do Professor, aqui vai minha homenagem essa classe tão maltratada, junto com a lembrança de que, neste exato momento, cresce a pressão inflacionária, crescem os escândalos de corrupção, crescem os salários de cargos políticos, cresce a impunidade, crescem os índices de violência, cresce a manipulação do povo... e a educação, ó!

domingo, 6 de outubro de 2013

Artigo de Calcanhotto no Globo deste domingo lembra o Hino Nacional cantado por Vanusa.


Compositora e cantora de mão cheia. Admiro e respeito de montão o trabalho de Adriana Calcanhotto,  a poesia de suas letras, a iniciativa bacana de criar uma persona dedicada ao público infantil... grande artista.
Por isso, estranhei seu artigo "Jornal de Domingo", publicado hoje no Globo. Espaço nobre, destacadíssimo no Segundo Caderno, e preenchido com um texto que, se estivéssemos nos anos de chumbo, equivaleria às receitas culinárias publicadas em protesto contra a censura.
Travessura praticada durante um surto Partimpim? Texto elaborado sob efeito de confusão mental? Delírio experimental com objetivo de gerar especulações como a que faço agora? Tudo pode ser. E, independente da hipótese verdadeira, não afeta o belo currículo de trabalhos com que Adriana nos brinda há tanto tempo. Fez lembrar o episódio de Vanusa embaralhando o Hino Nacional durante uma cerimônia, que virou piada na internet, mas não comprometeu seu histórico de serviços prestados à música brasileira.
Esquisito, constrangedor, evidentemente vazio... mas, acontece às melhores famílias.
Como diz a chamada para o artigo no alto da primeira página do Caderno, "Todo mundo espera alguma coisa do jornal de domingo". Só que por essa ninguém esperava.
Fazer o quê? Todo mundo tem o direito de derrapar de vez em quando.