quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ONDE É QUE EU ESTAVA COM A CABEÇA QUANDO RESOLVI ESCREVER ESTE LIVRO?



Marcia Tiburi disse numa entrevista que "quando escreve literatura, você se dá o direito de não viver segundo a lógica da racionalidade dominante. Você pode ser poeta, você pode ser louco, você pode inventar mundos - você é livre e não precisa justificar nada para ninguém". Acho que foi isso que me motivou, mas não preciso achar nada. O bom de escrever é deixar fluir as ideias sem ter muitos porquês entre elas, até o ponto de nos surpreendermos com o que nós mesmos escrevemos, e acharmos graça quando nos pegamos buscando explicações. Não tenho muita noção de onde estava minha cabeça enquanto escrevia Sobrevoando Babel, mas tenho certeza de onde estava meu coração, e ele batucava feliz. A tal lógica da racionalidade dominante está ocupando mais espaços do que devia. Pronto, escrevo contra ela, taí uma boa e desnecessária explicação. Talvez eu escreva porque preciso empunhar uma bandeira. Não, não, heróico demais, muito bobo isso. Bobeira, por que não? Escrevo como quem passeia, de bobeira, sem métricas ou cobranças, pelo simples prazer de bater pernas e teclas. Mas que por trás dessa despretensão tem uma coisa muito séria rolando, ah isso tem. E como não curto muito esse negócio de me levar a sério, prefiro devolver a palavra pra Marcia Tiburi: "O nosso sistema econômico só torna as pessoas cada vez mais otárias. E a literatura faz com que elas sejam menos otárias, e quanto mais você questiona a literatura que lê, menos otário fica". Ôpa! Escrever para ser questionado. Boa causa. Vai ver que é isso.

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