sábado, 8 de outubro de 2011

A história de quem conta a história conta


Um personagem condenado à morte tem sua pena comutada pertinho da hora derradeira. Em vez de morrer, é submetido a trabalhos forçados. Cumprida a pena, casa-se. Perde a mulher. Casa-se de novo, perde um filho de 3 anos. Como se não bastassem tantos baques e outras perdas que alongariam desnecessariamente a descrição de seus suplícios, ele sofre de epilepsia. Fazer o quê? Escrever, ora. E tornar-se um dos maiores escritores de todos os tempos.
Fiódor Dostoiévski viveu como um personagem de seus livros, sofreu na carne as dores que descreveu, e trouxe da vida real para as páginas alguns de seus mais marcantes personagens. Dmitri Karamázov, por exemplo, foi inspirado em Dmitri Ilinski (até o nome foi preservado), acusado de parricídio exatamente como acontece nos Irmãos Karamázov.
Se o livro já é brilhante por si só, com essas informações adicionais sobre o autor e suas fontes de inspiração, ele se torna irresistível.
É a força da história por trás da história. Quanto mais, melhor.

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