terça-feira, 27 de setembro de 2011

O nascimento da marca.


- Só isso?
- Quanto mais simples, melhor.
- Mas um traço horizontal cruzando com outro vertical não quer dizer nada.
- Desculpe, mas eu acho que quer dizer tudo.
- Lá vem você com filosofia de criador.
- Pra começar, é sinal de mais. Superpositivo.
- Pois a primeira coisa que me lembra é sofrimento, método de execução doloroso, morte lenta.
- Aí é que tá. Contrapondo esse lado negativo a uma visão otimista, a marca mostra uma figura humana de pé em seus traços mais básicos, e ainda por cima, de braços abertos, acolhedora, livre, tão confiante que pode se apresentar indefesa. É também nessa posição que os pássaros voam.
- Quem está voando é você.
- E vou mais longe. Olha bem. É a interseção entre o que é terreno - horizontal - e o celestial - vertical. A eterna dualidade do ser humano-divino.
- Duvido que nosso público entenda isso tudo, ou consiga desenvolver um raciocínio tão elaborado.
- A racionalização fica só entre nós. O público precisa mesmo é sentir, não entender. Se liga nisso: conteúdo nunca é demais, desde que a gente não explique. Quanto mais simples, mais complexo...

Um comentário:

  1. Esse texto é realmente genial. Muito legal essa maneira de pensar a criação do simbolo cristão.

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