terça-feira, 27 de setembro de 2011

E.


José na cama, só de cuecas, braços abertos.
As duas Borboletas da Mídia, uma em cada braço, cabeças aconchegadas nos ombros, lábios, línguas e sussurros alternando-se nos ouvidos. "Meu escritorzinho gostoso", "José E.", Gostei do E.", "Meu herói da bandeja", "Não tem o Zorro que se assina como Z? A marca do Zorro. Então, Zezinho se assina como E."
Despiram-se lentamente, as duas ao mesmo tempo, dançando como nos bares da Vila Mimosa, revelando aos poucos a íntegra de suas tatuagens, pequenas obras de arte na tela exsudante.
As duas maiores tentações da empresa, inteiras sobre ele, mãos generosas, bocas generosas... Generosidade demais pra ser verdade. Não era.

2 comentários:

  1. Que pena que não era realidade! Eu tava acreditando...

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  2. eu também segui o texto achando a idéia ousada...e esperando que fosse real

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